Salicultura

A História do Sal

Há muitos anos o sal exerceu um grande fascínio sobre os homens. Todas as antigas civilizações o usavam, mesmo sem ser para cozinhar. Os gregos incluíam-no nas oferendas religiosas e os romanos, além de usá-lo como condimento e conservante em carnes, peixes, azeitonas e queijos, costumavam inclui-lo em ritos sagrados (davam, por exemplo, uma pitada de sal ao recém-nascido para fazer brotar a sua sabedoria). Aliás, davam tanto valor a esta mercadoria que ela fazia parte da remuneração dos soldados de César, daí a origem da palavra “salário”, do latim salarium.



Flor de sal

A Flor de sal é produzida nas reservas naturais da Ria Formosa. O processo de extracção de sal é uma actividade milenar, que se mantêm sazonal e inalterada. Em Maio, a água do mar invade os tanques, previamente preparados por pessoas com muitos anos de experiencia nesta matéria. A água começa a evaporar e o sal começa a cristalizar, nessa altura, diariamente, um marnoto recolhe o primeiro sal, que tem o nome de flor de sal. Este sal é tão especial e puro que já lhe chamaram o «ouro branco». A flor de sal tem muitas aplicações, como por exemplo, na gastronomia, na queijaria e nalguns produtos cosméticos. 



Processo Tradicional de Extracção do Sal da Ria Formosa

O sal e o seu processo de extracção tradicional, na Ria Formosa, começam com a entrada de água do mar num grande reservatório, durante a maré-alta, pois esta água é melhor para a produção de sal. Este reservatório funciona como um grande lago em que são guardadas as melhores águas, que são usadas nos períodos em que não há marés vivas, normalmente estas acontecem apenas de duas em duas semanas. Habitualmente a cultura do sal começa com o alagamento das salinas nos meses mais quentes do ano, que vão de Maio a Agosto, pois o sal forma-se com a evaporação da água. À medida que esta evapora vão-se formando os cristais de sal. Esses mesmos cristais vão formando várias camadas. O sal é retirado de Agosto a Setembro, esta prática era feita por homens e mulheres que carregavam o sal numas canastras à cabeça, tornando-se numa actividade muito difícil, mas bem remunerada. Antigamente o sal era usado em bruto na salga do peixe e das carnes, pois não havia frigoríficos e então o sal era o único conservante naqueles tempos difíceis.


«A SALEXPOR – Companhia Portuguesa de sal higienizado». Fez das salinas da ria formosa as responsáveis pela maior parte da produção de sal marinho da região do Algarve e cerca de metade do total nacional.



Publicado por: Jorge Marques